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Jogadores do Fluminense juntos antes de final contra o Manchester City  Foto: Lars Baron/FIFA/Getty Images

‘Melhor time do mundo’: Fluminense viu ruir sonho de conquistar Mundial em 1 min z3057

Nino, John Kennedy e Eduardo Barros falaram ao Terra sobre a histórica temporada de 2023 346it

Imagem: Lars Baron/FIFA/Getty Images
  • Raul Godoy Raul Godoy
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12 jun 2025 - 04h59

4 de novembro de 2023. Essa foi a data em que todo tricolor ficou 'louco da cabeça' e pôde, finalmente, ver o 'clube tantas vezes campeão' conquistar a Libertadores da América pela 1ª vez. O troféu --que saiu dos pés de John Kennedy e foi levantado pelo capitão Nino-- tirou a pressão do clube centenário e representou a coroação do estilo de jogo do técnico Fernando Diniz. A euforia tricolor levantou a dúvida: o dinizismo seria capaz de bater de frente com o poderoso Manchester City, de Pep Guardiola? 6a515b

Nino, do Fluminense, é aplaudido por jogadores do Manchester City
Nino, do Fluminense, é aplaudido por jogadores do Manchester City
Foto: Robbie Jay Barratt /AMA/Getty Images
  • Essa reportagem faz parte do especial Volta ao Mundo em 90 Minutos, que conta histórias envolvendo as experiências de Flamengo, Palmeiras, Fluminense e Botafogo no Mundial de Clubes 

Há dois anos, o time carioca não teve chances: 4 a 0 para o Manchester City, com direito a um gol relâmpago com menos de 1 minuto. E uma nova oportunidade de realizar esse sonho começa no próximo dia 17 de junho, contra o Borussia Dortmund, da Alemanha, nos Estados Unidos. No entanto, o vice-campeonato mundial ainda é lembrado por todos. 

O placar frustrou os jogadores e deixou um pensamento pairando pelo Estádio King Abdullah Sports, em Jedá, na Arábia Saudita: “Será que a gente não conseguiria ter feito melhor do que fizemos? Esse era o sentimento do vestiário”, conta Eduardo Barros, ex-auxiliar do técnico Fernando Diniz.

Antes da partida, no entanto, o sentimento era bem diferente. A confiança de quem poderia surpreender os ingleses com um futebol envolvente tomava conta dos recém-campeões da América do Sul, como recorda o zagueiro Nino.

“O clima no vestiário era de confiança. Sabíamos que a gente precisava fazer um jogo que beirasse a perfeição. O futebol sempre mostrou que se decide dentro de campo. Isso nos dava esperança, mas, infelizmente, não conseguimos” -- Nino, capitão do Fluminense em 2023

John Kennedy, do Fluminense, tenta arrancada contra o Manchester City
John Kennedy, do Fluminense, tenta arrancada contra o Manchester City
Foto: LUCAS MERÇON/FLUMINENSE

Em meio à confiança, todos sabiam que do outro lado havia um dos times mais completos dos últimos anos. Quem diz é John Kennedy, herói do título da Libertadores. Sob o comando do lendário técnico espanhol, meses antes, o City havia vencido a Inter de Milão na final da Liga dos Campeões da Europa.

“Fizemos um grande jogo na semifinal, mas, infelizmente, do outro lado, tinha o Manchester City, o melhor time do mundo na época. Acredito que demos o nosso melhor, mas, infelizmente, o título não veio”, lamenta o atacante, que agora defende o Pachuca, do México. 

Para aquele elenco, a mescla de gerações foi o segredo para chegar ao sucesso. Sob a batuta de Diniz e Eduardo Barros, nomes como John Kennedy, Nino, André e Martinelli foram potencializados com o apoio dos experientes Marcelo, Felipe Melo, Paulo Henrique Ganso, Fábio e Germán Cano, por exemplo.

Os veteranos tiveram papel fundamental para ajudar os garotos a manter os pés no chão antes do confronto contra o multicampeão Al Ahly, do Egito, e a lidarem com a pressão de bater de frente com ídolos do futebol europeu. Aquela final, inclusive, contou com a presença de Rodri, que viria a ser o Bola de Ouro no ano seguinte.

Fernando Diniz e Eduardo Barros acompanham o jogo do Fluminense contra o City
Fernando Diniz e Eduardo Barros acompanham o jogo do Fluminense contra o City
Foto: LUCAS MERÇON/FLUMINENSE

Apesar de ser de conhecimento geral que o Mundial é mais desejado pelos sul-americanos do que pelos europeus, os tricolores descartam qualquer comportamento displicente por parte do City. Com exceção dos lesionados Kevin de Bruyne e Erling Haaland, Guardiola mandou a campo o que tinha de melhor: Éderson, Kyle Walker, John Stones, Rúben Dias, Nathan Aké, Rico Lewis, Rodri, Bernardo Silva, Phil Foden, Jack Grealish e Julián Alvarez. 

Mesmo com todo o poderio britânico, o Fluminense foi fiel ao seu estilo de jogo, conseguiu manter o controle de bola em alguns momentos e levar perigo ao adversário. Todo esse desenho da partida, contudo, ocorreu com o impacto de um lance logo no primeiro minuto, quando o experiente Marcelo errou uma virada de bola, que parou nos pés de Aké. O holandês arriscou de longe e acertou a trave. No rebote, Alvarez abriu o placar.

Assim como o primeiro, o segundo tento saiu de uma infelicidade. Foden tentou cruzar e Nino cortou contra a própria meta. Os dois últimos gols saíram já na reta final da partida, dos pés de Foden e Alvarez. 

“Se a gente não sofre o gol tão cedo, o jogo poderia ter uma outra história que a gente não sabe qual poderia ser" -- Eduardo Barros, ex-auxiliar técnico do Fluminense

Sonho do Mundial nos EUA 1xf4l

Dos 16 jogadores que entraram em campo contra o City, Nino, Felipe Melo, Marcelo, André, John Kennedy, Alexsander, Marlon e Diogo Barbosa não vestem mais as cores do Fluminense. Mesmo assim, é certo que, ao menos para um deles, haverá uma torcida especial na busca dos ex-companheiros pelo sonho. 

Fora das Laranjeiras desde janeiro de 2024, Nino mantém contato com o elenco, especialmente com Samuel Xavier. No ano ado, inclusive, ele chegou a visitar o clube para reencontrar os velhos amigos.

“Eles falam muito da expectativa, vai ser um momento muito especial para eles. É uma experiência que todo mundo queria ter, é um campeonato que todo mundo queria jogar, os melhores jogadores do mundo vão estar lá, os olhos do mundo inteiro vão estar voltados para essa competição" -- Nino

Além da reformulação no formato, a edição deste ano do Mundial terá uma outra diferença, que pode ser positiva para os sul-americanos. O torneio saiu do meio da temporada europeia e ou para o final, oposto do calendário brasileiro.

Jogadores do Fluminense a caminho dos Estados Unidos
Jogadores do Fluminense a caminho dos Estados Unidos
Foto: Divulgação/Fluminense

“Pode ter mais equilíbrio nessa questão [mudança de data]. Agora, eu tenho a oportunidade de jogar em um campeonato com o calendário europeu. Eu sei que esse período do ano é o mais desgastante, fisicamente e mentalmente falando. E isso pode contar a favor dos brasileiros, sem dúvida alguma, por mais que cada jogo contra os europeus vá ser muito difícil, porque são times com altíssima qualidade e os melhores times do mundo”, analisa Nino.

Há, também, quem vai realizar novamente o sonho de disputar o Mundial, mas, desta vez, como rival. Torcedor declarado do Fluminense, John Kennedy sempre que pode veste as cores do time que o revelou. Nos Estados Unidos, entretanto, ele defenderá o Pachuca, do México, seu atual clube, que define como agressivo e incansável na busca por gol. 

Um hipotético encontro entre as duas equipes só poderia acontecer nas quartas de final, a depender da classificação dos grupos. Se os astros se alinharem e o atacante das Laranjeiras ficar frente a frente com o ex-time, a resposta sobre o que veremos ficará para o futuro.

“Se esse encontro acontecer, sinal que os dois times avançaram e seria ótimo. Sou tricolor, mas também sou profissional. Prefiro deixar esse ‘problema’ [de comemorar um possível gol] mais pra frente”, brinca o herói da Libertadores.

Depois de 15 anos, um ponto final na espera 64i21

John Kennedy, do Fluminense, comemora gol na final da Libertadores
John Kennedy, do Fluminense, comemora gol na final da Libertadores
Foto: LUCAS MERÇON/FLUMINENSE F.C

Para garantir vaga no Mundial, o Fluminense precisou conquistar o título da Libertadores de 2023. Os jogadores que estrearam contra o Sporting Cristal no dia 5 de abril daquele ano sabiam do peso que carregavam. A pressão era grande, principalmente após a animadora reta final de temporada anterior. 

Apesar do sufoco na reta final da fase de grupos, o começo de campanha com três vitórias seguidas e as classificações sobre o Argentinos Juniors e o Olímpia até davam sinais de que coisas boas estavam para acontecer. A percepção de que a obsessão se tornaria realidade, porém, veio na semifinal.

“O jogo mais especial foi contra o Inter no Beira-Rio. Acho que o torcedor tricolor vai lembrar muito daquele jogo e, talvez, aquele jogo tenha nos dado a sensação de que realmente as coisas estavam acontecendo e conseguiríamos conquistar o título”, recorda Nino. 

Muito da conquista se deve ao chute de John Kennedy na final contra o Boca Juniors em pleno Maracanã. Até há quem considere que o tento saiu de um pé improvável, mas esse não é o caso do camisa 9. Um áudio enviado na noite anterior ao jogo mostrava que ele sabia bem o que estava prestes a acontecer, mesmo começando a partida no banco de reservas.

“O gol do título é meu. Eu vou virar ídolo dessa porr* com 21 anos”, disse o jogador em uma conversa particular, vazada após a partida. Tamanha confiança foi extravasada na comemoração do Menino de Xerém, que garantiu o título e, de quebra, a classificação ao torneio em solo norte-americano.  

“ou todo um filme [após o gol]. Desde o meu início ainda criança lá em Minas Gerais até a chegada em Xerém. Foi um momento muito especial e que lembro praticamente todos os dias. Um sonho realizado”, lembra o atacante.

Agora, graças ao título da Libertadores, o Fluminense se prepara para estrear no Mundial de Clubes contra o Borussia Dortmund, da Alemanha, no dia 17 de junho, em Nova Jersey. O Tricolor das Laranjeiras ainda enfrentará Ulsan HD, da Coreia do Sul, e Mamelodi Sundowns, da África do Sul, no Grupo F da competição.

Fonte: Redação Terra
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