6 curiosidades de favelas com nomes de santos juninos, incluindo o menos lembrado 85e6i

O Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que voltou a usar a palavra “favela” a partir de 2022, contém inesgotáveis curiosidades sobre as “comunidades urbanas” que homenageiam Santo Antônio, São João e São Pedro. 4w1173

Salta aos olhos a preferência por São João, que nomeia 56 das cem favelas com nomes de santos juninos. Segundo o pesquisador Diego Dionísio, “a preferência é a expressão de um afeto coletivo profundamente enraizado”. São João seria o santo da “alegria democrática” porque “a fogueira, o forró, o milho, o chapéu de palha, tudo cabe na festa. E todo mundo cabe nela”.

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Santo Antônio está longe de fazer, nos batismos de favelas, o mesmo sucesso que faz como casamenteiro. Nomeia somente nove comunidades no Brasil, inclusive a menor, Chácara Santo Antônio, também conhecida como Quebra Bunda, em Salvador (BA). Segundo o IBGE, são 78 moradores. Na capital baiana, ladeiras que ficam escorregadias quando chove também recebem o apelido de Quebra Bunda, como a Ladeira da Cruz da Redenção, em Brotas, e a da rua Arlindo Fragoso.

Qual a maior favela com nome de santo junino? 263x2o

Responsável por um terço dos nomes de favelas homenageando santos juninos, São Pedro é padroeiro da maior delas, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. É a Vila São Pedro, com 28.466 habitantes, o bairro mais populoso da cidade. Foi fundada em 1987, exatamente no dia do santo, 29 de junho, por  vinte famílias. No início deste ano, moradores reclamavam na imprensa que a rua do Oleoduto havia se tornado ponto de tráfico.

Onde estão as favelas com nomes de santos juninos? 5n5n5h

Três estados concentram quase metade das favelas que levam os nomes de Santo Antônio, São João e São Pedro. No estado de São Paulo são vinte, com um quarto na capital; no Paraná, quatorze; no Rio de Janeiro, 10 - todos com forte cultura caipira no interior e/ou população de origem nordestina, nas capitais. Além do Distrito Federal, outros seis estados, todos da região Norte, não têm favelas com padroeiros juninos, exceto Amazonas – que abriga a segunda maior na tabela do IBGE: Comunidade São Pedro, com 12.498 habitantes, em Manaus.

Qual o tamanho das favelas com padroeiros juninos? 274n39

O último Censo do IBGE recolocou a favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, em primeiro lugar entre as comunidades brasilerias com maior quantidade de habitantes, 72 mil. As favelas que carregam os nomes de Santo Antônio, São João e São Pedro são muito menores. A média é de 1.500 pessoas. No Rio de Janeiro, o Morro de São João está um pouco acima da média, com 2.414 moradores. O territorio fazia parte das grandes fazendas da região de Copacabana e começou a ser uabanizado ainda no século 19. O Morro é coberto de Mata Atlântica, uma importante área de preservação, embora não seja tão conhecida turisticamente quanto outros pontos emblemáticos da capital fluminense.

Mês junino quase não aparece em nomes de favelas 583t1

Apesar da centena de favelas brasileiras com o nome de um dos três principais santos juninos, o mês de junho é um ilustre ausente no batismo de quebradas. Só aparece no nome de três, uma na Paraíba e duas no Rio Grande do Sul. Na capital, Porto Alegre, a comunidade 4 de Junho – “vila”, no vocabulário local – está encravada na Lomba do Pinheiro, no morro. Pela altitude, não alagou na enchente histórica que atingiu os gaúchos no ano ado, mas foi afetada pela chuva. A instalação regular de água começou em 2023. Segundo o IBGE, são 771 habitantes.